sábado, 21 de novembro de 2009

Jornal folha de são paulo diz que ‘lua nova’ se perde no meio do sangue com açucar meloso


Folha de São Paulo
20 de Novembro de 2009

Filme se perde entre esturricado de triste e sangue com açúcar de meloso.

Como em “A Um Passo da Eternidade” (1953), o segundo episódio da saga Crepúsculo, “Lua Nova”, que estreia hoje, tem uma cena de amor a dois à beira d’água.
Só que, em vez de beijo apaixonado nas marolas, o moreno galã Taylor Lautner, faz massagem cardíaca para reviver a protagonista Bella Swan. Ela tinha meio que tentando se matar, por amor.
A cena resume o filme, que mostra a via-crúcis da namorada do vampiro Edward Cullen após fazer 18 anos e ganhar dele um homérico pé na bunda.
Depois de ouvir “Você não é boa o suficiente para mim”, da boca roxa de Edward, ela cai em depressão.
Busca apoio no nativo-americano Jacob, que surge 15kg mais musculoso (e bem melhor ator) do que em “Crepúsculo”.
Ao conviver com os índios, Bella se embrenha no universo dos lobisomens – os únicos caninos à mostra nesse episódio.
Enquanto a mocinha sofre enfurnada, Edward leva seus muxoxos para passear. Atenção para a versão-relâmpago sombria do Cristo, no Rio.Quando estiveram de verdade no Brasil, há duas semanas, Stewart e Lautner disseram a Folha que o episódio teve produção maior que o anterior.
Mal se nota: os efeitos especiais são poucos e repetitivos, os lobisomens parecem cães akita gigantescos e as cenas de luta foram espichadas ao máximo para os 130 minutos ganhares alguma ação. Em vão.

Mas o maior desafio do roteiro era burlar o sumiço completo de Pattinson. No livro, Edward mal aparece e Pattinson é o que a garotada quer.
Para sanar o afã da plateia pelo cabelo bagunçado do ator,o diretos Chris Weitz usou um recurso fantasioso à “A Bússula de Ouro”: incluiu um fantasma do vampiro que aparece de quando em quando – e que no livro era um delírio sonoro.
A trilha sonora escolhida entre indicações da autora do livro é excepcional, e usada quase toda nos primeiros minutos de exibição.
Tem bandas indie rock como Director e Band of Skulls, sucessos teen como The Killers a até o Radiohead Thom Yorke.
Uma pena que rock não combine com os poucos momentos de amor do casal pudico. Edward e Bella se chamam de “felicidade” e fazem juras de amor em vez de dar bom dia.Mas pedem licença para se beijar.
Um filme de vampiro tão açucarado que, como nas películas B de terror, devem ter usado calda de chocolate para fazer as vezes de sangue.

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