Chris Weitz acaba de se juntar a um pequeno grupo de diretores como Chris Nolan e Sam Raimi que lançaram seus filmes com uma arrecadação superior a $100 milhões. A notícia é a doce vingança para um homem que teve seu último filme, A Bússola de Ouro, completamente reformado pelos seus chefes de estúdio. Confira essa entrevista com Weitz em que ele revela seus momentos favoritos com o elenco e como ele lida com a adoração dos fãs e a intromissão dos paparazzi.
ENTERTAINMENT WEEKLY: Qual foi seu maior medo quanto ao fim de semana de estreia?
Não tive nenhum medo em particular. Os números foram suficientes para indicar que eu não estava decepcionando o estúdio. Mas se eu pudesse imaginar seus maiores medos, seria uma rejeição completa do filme, pelos fãs. O que eu percebi na semana passada é que não vou ter críticas boas para esse filme. Tendo engolido isso, o filme foi feito para os fãs, e se você não entende, então você não entende.
As críticas negativas te surpreenderam?
Nada me surpreende no que diz respeito a críticas. Tendo sido crítico eu mesmo, há apenas duas maneiras de falar sobre essa história. Você pode ser o cara que diz que é um filme ótimo, ou mais provavelmente, ter uma visão mais desconfiada de tudo. E com todo o furor da mídia que acompanha New Moon, é no mínimo o que eu esperava. Eu realmente esperava que houvesse mais apreciação pelo cineasta Javier Aguirresarobe. Acho que ele é um gênio e que ele fez algo maravilhoso.
Muitos fãs dizem que gostaram do filme mais do que o livro, e que New Moon foi o livro menos favorito deles na série.
New Moon é uma leitura demorada e você passa muito tempo sem Edward na história. E no cenário condensado do filme, o tempo sem Rpatz é menor. E o fato de que Taylor [Lautner] faz um trabalho tão bom, é algo legal vê-lo em carne e osso, principalmente para o público que sempre foi muito cético em relação a ele.
Houve momentos em que você se sentiu limitado pelo livro? Algo que você queria fazer mas não pôde?
O estúdio, meu editor e eu estávamos trabalhando no mesmo ponto. O único jeito de tornar isso interessante é comparar à minha experiência anterior com A Bússola de Ouro. Não acho que o estúdio tenha lido o livro. Talvez eles tenham escutado o audio-book enquanto tomavam vinho. Eventualmente, eles estavam apavorados com isso. Em certo momento eles consideraram deixar o autor de lado. Eles consideraram e executaram a completa destruição do que eu achei que seria um ótimo filme. Foi uma vergonha e eu não consegui dormir por um bom ano.
Sério, você não dormiu por um ano?
Sim, eu não conseguia dormir por causa disso. Eu ficava acordado pensando em como eu poderia ter salvado o filme ou mudado isso se tivesse agido de maneira diferente. Infelizmente, eu afundei com o barco. Eu poderia ter desistido. Em um universo paralelo — e o autor Philip Pullman é frequente em universos paralelos — eu levanto e digo ok, podem fazer uma versão diferente, mas não me verão de volta. Ao mesmo tempo, eu amei tanto o livro que se houvesse qualquer outro modo de abdicar da melhor versão dele eu não conseguiria.
Então é interessante que você tenha seguido com outra adaptação de livro com outro estúdio, considerando o quão ruim tudo foi da última vez.
Eu realmente gostei dos atores. Assisti ao primeiro filme e achei que tinha algo especial em Kristen, Rob e Taylor. Gostei dos tons emocionais do livro. Eram coisas que eu sabia como fazer. Eu tenho essa teoria que é: se você é fiel ao livro, você sai ganhando. Você não só sai ganhando com os fãs, mas outras pessoas vão entender com o que os fãs se importam. Se a bilheteria nos diz alguma coisa, então é uma vitória. Fez mais no primeiro dia do que todo o arrecadado nos EUA com A Bússola de Ouro. É extraordinário.
Quais foram os pontos mais altos e baixos de fazer New Moon?
O ponto baixo foi ter que gravar às 5 da manhã em uma floresta e sofrer para conseguir certas cenas para que a sequência se encaixasse perfeitamente. Foi numa floresta muito gelada na Columbia Britânica, e sabíamos que iríamos ter outra filmagem noturna como aquela no dia seguinte. Os pontos altos foram os momentos de identificação com os atores. Com Taylor, nos momentos anteriores, quando ele soube que iria fazer o filme. Aquilo foi muito gratificante para mim.
Qual você acha que é a melhor cena do Taylor?
Quando ele pula no quarto da Bella. Tem tanta emoção lá mesmo sendo melodrama, tem algo tocante naquela cena. Ou talvez o último momento que ele tem, assim que ele diz o nome dela. Você entende o quanto ele está apaixonado naquele momento. Há alguns momentos em que ele é absolutamente adorável. Ele é aquele cara para os fãs e é isso que eu sempre achei que ele poderia fazer.
Você acha que a Kristen evolui como atriz nesse filme?
Não sei se ela evoluiu tanto pelo espaço que tinha. Para mim, ela não pode fazer nada errado. A experiência de trabalhar com ela e o nível do trabalho que ela fez foi extraordinário. Vamos deixar de lado a história da garota apaixonada por um vampiro, a habilidade dela de manifestar aquelas emoções só para conseguir as coisas certas. Ela é extraordinariamente certa de si mesma e naqueles momentos em que eu pude dar a ela espaço para fazer isso são os momentos dos quais me orgulho muito. Esse foi um ponto alto.
Aqui você fez o filme que queria?
Sim. Quanto ao que eu queria fazer com a fotografia, o visual da imagem, estou muito satisfeito. E satisfeito com a equipe e com os atores e por sentir que fizemos isso sob condições humanas também. Nenhum dos atores foi machucado durante a filmagem do filme.
A música foi uma parte tão importante do filme. Com tudo isso se juntou?
As músicas não deveriam ser tão boas quanto eram. Pedimos às bandas para aparecerem com algo em dias ou semanas. Exibimos o filme para o The Killers, Death Cab, Lykke Li, Anya Marina. No caso do Thom Yorke, foi surpreendente e prazeroso ver que a música que ele fez funcionou para a cena de ação. Muitas músicas não entraram no filme porque não se encaixaram em determinado momento ou humor, não porque não eram boas. Em algum lugar por aí há uma versão da Anya Marina de Perfect Day (Lou Reed). Há trabalhos incríveis do Republic Tigers e do Moby. Você poderia fazer um ótimo álbum com as músicas que não entraram.
Você esteve no mundo inteiro promovendo esse filme. Você já foi parte de algo tão grande?
Nunca. É como ser o Ringo Starr. Tem os três e o Ringo. É provavelmente o que ele enfrentou. Hey Ringo, posso conhecer o Paul? Quando eu encontro os fãs eles demonstram muito entusiasmo por mim, se um dos atores está perto ou se eles acham que eu posso arranjar algum encontro.
E sobre lidar com os paparazzi? Você teve algum conflito?
No LAX, quando estávamos saindo para a turnê europeia. Tínhamos saído da press junket de LA para ir ao (aeroporto) LAX e alguém quase nos jogou para fora da estrada tentando chegar a um dos carros. Fomos seguidos por oito vans diferentes e alguns dirigiam muito perigosamente. E eu entendi pela primeira vez como as coisas aconteceram com a Princesa Diana (eu não acho que sou ela), e eu entendi pela primeira vez porque as celebridades perdem o controle e o porquê. Meu primeiro pensamento era sair e perguntar, “Quem era o motorista daquele carro?” Eu nunca o encontrei, mas eu empurrei alguém do meu caminho. Um fotógrafo. Ele estava no meu caminho. Eles têm direito legal de estar ali mas não um direito ético, e ele estava obstruindo o meu caminho, e eu ameaçei quebrar os dentes de outro. Não é do meu feitio mas eu me senti muito protetor e atacado naquele momento. Há uma grande diferença entre a atenção dos paparazzi e a atenção dos fãs. Os fãs têm sido adoráveis. Os paparazzi, na minha opinião, são um tipo muito pouco evoluído de primata.
Você acha que garotos vão assistir Lua Nova?
Eu acho que sim. Só espero que não sejam caras que foram arrastados para lá. E se sim, pelo menos espero que uma parte deles tenha gostado do filme. E espero que eles possam admitir se for o caso. Mas se isso não acontecer, espero que eles tenham uma noite legal com suas namoradas. Eu tinha uma campanha na minha cabeça que dizia, “Sua namorada vai pensar no Edward, no Jacob ou em você?” Achei que isso forçaria os homens a irem assistir ao filme.
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